segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Relações à distância? Não, obrigado.



Uma relação à distância é tudo o que eu não quero. Chamem-me esquisitinha, tradicionalista ou bla bla bla. Não quero e ponto. Se já passei por essa experiência? Já. A distância era assim tão grande? Era eu em Lisboa e ele no Porto. Se tínhamos maturidade suficiente para isso? Nem por isso, eu tinha 19 anos na altura e ele 18. Se hoje seria muito diferente? Não sei, mas quase que adivinho que o desfecho seria o mesmo, independentemente de mais 1 ano ou menos 1 mês. Mais tarde ou mais cedo, a ausência do parceiro torna-se não só física, mas também mental. E o tempo - como em tudo na vida - é algo que cura. Algo que cicatriza, seja para bem ou para o mal. Neste caso em concreto, por mais que amemos a pessoa que ficou do outro lado do oceano ou até numa outra ponta do mesmo país, é difícil. É necessário muita maturidade, muito amor, muito respeito pelo outro, muito "dar e receber" na mesma proporção, muita atenção, muita confiança e ter sempre aquele objetivo na mente de que "um dia, isto vai mudar e ficaremos juntos". Porque se a curto prazo, não existir um propósito por parte de ambos em ficarem juntos fisicamente, para quê manter uma relação desta natureza? Uma chamada seja por que meio for, nunca substituirá um carinho na pele, um beijo nos lábios, um enroscar em "conchinha", um programa em conjunto onde partilham sorrisos, olhares, contacto. Nunca substituirá a (deliciosa) intimidade tão esperada num casal. Conheço várias histórias (e haverá todos os dias uma a acontecer) de casais que se separam, provisoriamente, por motivos profissionais ou pessoais. Por exemplo: na faixa etária mais nova, os programas universitários "Erasmus" e "Sócrates" estão bastante em voga. Com uma duração variável de 6 ou 12 meses. Valerá a pena? Claro que vale. É enriquecedor? Claro que sim. Se deixaria de ir por um amor? Não devia, mas fi-lo outrora. Se hoje me arrependo amargamente? Não e sim. "Não": porque na altura pareceu-me ser o mais certo para mim e para ele. Porque gostava dele e acreditava na nossa relação. Sentia-me tão bem junto dele que sabia, no meu íntimo, que se apanhasse o avião nada seria mais a mesma coisa. Receios por minha parte e pela parte dele. Ambos novos e solteiros, em continentes diferentes. Tudo poderia acontecer. Não é que não confiasse nele, nem em mim mesma. Mas pelas inúmeras circunstâncias que se insurgem à medida que o tempo passa. Não fazia sentido arriscar e não fui. Ele não me obrigou a ir nem a ficar. Foi por iniciativa minha. E agora vamos ao "Sim": teria sido uma viagem brutal e enriquecedora. Estaria em clima tropical e em terras de água quente e muita caipirinha à mistura. Não é preciso dizer mais nada. Infelizmente, muitas histórias de amor que acabaram em "traição" já me pairaram aos ouvidos. Pudera, gente jovem e com muita disposição para viver. Muita energia. Muita curiosidade pelo desconhecido. A ausência constante de um carinho intensifica-se e... voilá. Há que ser realista. Se há excepções? Haverá, sim senhora e tiro o chapéu a quem é fiel a si mesmo e ao outro. Mas que é raro, é! E disso muito pouca gente escapa. Se todos voltam com a sinceridade nos lábios para o assumir? Não sei, mas mais tarde ou mais cedo tudo se descobre. Afinal os remorsos são poderosíssimos na hora da verdade. Quanto a casos de casais mais velhos que se separam geograficamente, é outra questão, mas não menos inerente à "regra". Requer também muito jogo de cintura. Conheço casos em que já havia uma segunda família oculta no outro país. E estamos a falar de uma segunda mulher e com mais filhos. Resultado: duas mulheres em cada país diferente, filhos aqui e acoli (meios-irmãos) e o que numa família subsiste é o amor e carinho diário, na outra subsiste apenas um cheque com dinheiro a cada mês e pouco mais. Vai-se a ver somos todos uns traidores. Seres que não aguentam a pseudo-solidão e a distância geográfica. Que amam e desamam e que o fazem porque o assim quiseram. Afinal, somos todos racionais e conscientes dos nossos actos. Eu sou apologista de que "se tu vais: ou vamos todos ou não vai nenhum". E espero ser sempre fiel a mim mesma, porque cair num abismo e num oceano de sofrimento por mea culpa ou pelos meus eventuais remorsos, não. Não quero isso para mim. Então para evitar isso: acaba-se tudo e "segue o teu ciclo e eu fecho o meu, aqui e agora".

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